26 setembro 2010

Adeus Twingão!


Foste o meu fiel companheiro de estrada durante estes últimos 3 anos e meio, e, agora chegou a hora de despedirmo-nos.

Foi duro deixar-te no stand e trazer o JO no teu lugar, e, apesar de inicialmente pensar que te vão reformar, afinal soube que te vão dar um "banho" e revender-te. Quando ouvi isto, meu coração apertou-se e senti-me uma "negreira"!
Contudo espero que sejas um carrinho feliz com o teu novo(a) dono(a), e, que te portes bem como o bonito Twingão que sempre foste.

Juntos temos muitas boas memórias e aventuras, aturaste a minha inexperiência e comportaste à altura.... quantas paredes da garagem roçámos, sobrevivemos aos assaltos, vandalismo, vidros partidos, etc...
Enfim, a nossa vida "conjugal" como a de qualquer relação como a nossa não foi fácil mas foi sempre partilhada pelo companheirismo e sofrimento/alegria.
Quantas vezes aturaste as minhas cantorias matutinas e nem sequer te queixaste de dor de cabeça....
Há poucos como tu, isso é certo...

Parte-me o coração deixar-te ir, Twingão, mas tem de ser.... a tua missão comigo foi cumprida!

Obrigada Twingão! Jamais te esquecerei, amigão!

22 setembro 2010

21 Anos depois...

Sinto tanto a tua falta como antes, e, nem um dia passou que sentisse menos.

Com o passar destes 21 anos creio que te consegui compreender, amar, odiar e sentir-te mais...
Foste nesta minha vida de tropeços e acontecimentos, a pessoa que mais amei e me orgulhei, foste o meu exemplo de nunca desistir e de sobreviver.

Foi injusto que partisses tão cedo, mais injusto do que para qualquer um de nós, e, gostaria de acreditar ou saber que vives a vida para além da vida, e, que nessa vida serás mais feliz do que a que deixaste. Pensar nisso reconforta-me...

Em mim, ficou o vazio que reconheço e a dor que sinto, odeio o dia e mês do calendário que marca a data.

Contudo, não me deixaste só, sinto-o, imagino-o...

Tenho tantas coisas que gostaria te dizer e contudo se tivesse a oportunidade creio que não faria mais nada senão abraçar-te e enrolar-me no teu colo e pedir que me passes a mão pelo cabelo como era pequena.

Lembras-te o quanto disputávamos a tua atenção ao ponto de te enlouquecer? Era o quanto te amávamos caso não saibas.

Neste estúpido mês lembro-me do nosso último mês, dói-me ao pensar o quanto fui egoísta em desejar que ficásses por nós, por mim apesar de ver o que sofrias e que a morte naquela altura foi o melhor para ti. Se é que a morte é boa para alguém...
Contudo, tudo o que pensei e senti, desesperada, sentada nas escadas do hospital, aconteceu, e, não sobrevivemos sem ti.

Sobrevivemos depois de ti, mas aleijados, mutilados pelo pedaço que levaste contigo, pelo menos eu sei que fiquei.

Por tudo o que passei, a bem ou a mal, quis este ano escrever-te com o meu coração ainda que jamais saiba que irás ler este post, mas isso também não me interessa, interessa sim te dizer que orgulho-me de ter sido e ser tua filha.

Sou no minímo uma boa pessoa, devido a ti e ao que me ensinaste e trasmitiste, se ultrapassei o que ultrapassei a ti sei que o devo mais que ninguém.

Obrigada por teres sido minha Mãe durante os primeiro 14 anos, pelos 21 que passaram e por todos os que se seguem.

Hoje sei que nunca poderia ter escolhido outra Mãe melhor que tu.